Um rombo na contas públicas, política fiscal brasileira esta em apuros.

Boa noite gestores,

Conforme já comentado em nosso Blog, em setembro o rombo nas contas públicas  foi pior que a pior previsão, e apenas confirmou todas as críticas que vêm sendo feitas ao governo exibindo toas as contradições da política econômica.

O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) gerou um déficit recorde em momento de baixo desemprego, a conta de luz foi reduzida e gerou um prejuízo de R$ 2 bilhões nas contas do governo em um único mês, e quem cobre esse rombo somos nós os contribuintes, mas o Banco Central acha que está tudo bem.

Em um País sério ou em um governo sério, o papel do Banco Central é administrar a moeda e é claro para qualquer idiota de plantão que uma política fiscal desastrosa, que provoca um déficit primário de R$ 10 bilhões num mês, trabalha para o desequilíbrio da moeda.

Qualquer administrador profissional do mundo, diante de contas como essas, demonstraria preocupação, mas aqui no Brasil, o chefe do Departamento Econômico, Túlio Maciel, tentou minimizar o tamanho do desastre. Disse que em breve vão entrar receitas como a do Refis e do leilão de Libra e os números vão melhorar, só que ele esquece que essas são receitas que ocorrem uma vez e não se repetem, logo não podem ser consideradas como mudança do quadro fiscal.

Maquiavel em seu livro “O Príncipe” diz que o ideal é dar todas as más notícias num único dia e foi isso que o governo fez, a Fazenda e o Banco Central divulgaram suas contas ontem, pelos números do BC, o Brasil teve um déficit nominal (incluindo o pagamento de juros) de R$ 22,8 bilhões, o pior da série histórica, superando a marca de R$ 22,2 bilhões que era de setembro de 2009, o momento da eclosão da crise internacional. Pela Fazenda, um déficit primário de R$ 10 bilhões, o pior da série.

O ministro Guido Mantega, comentou que o resultado de ontem foi “relativo” porque algumas despesas são excepcionais, como o pagamento do 13º do INSS, novamente se houvesse algum administrador, com certeza saberia que essa despesa é fato, devendo fazer provisões para o pagamento e não justifica o tamanho do rombo. Para o ministro, as contas de pessoal, Previdência e juros estão estabilizadas. A Previdência ficou no vermelho em R$ 11 bilhões e os juros são despesas ascendentes.


O que o governo diz não condiz com os fatos, existe uma deterioração fiscal no país resultado de diversas decisões que expandem os gastos, a decisão eleitoreira de baixar a conta de luz, tem custado caro ao Tesouro, só em setembro, os contribuintes pagaram mais de R$ 2 bilhões em repasses para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) que cobre a diferença entre o custo da operadoras e o que é cobrado do consumidor.

O problema é mais estrutural do que parece e levanta preocupações sobre o futuro, as receitas caíram 2,6% e as despesas aumentaram 14% em setembro, isso mostra um aumento das despesas e queda acentuada da receita, nessa caso, quem paga a conta da má administração do nosso dinheirinho?

Após críticas de órgãos externos a respeito da política fiscal brasileira, o ministro otimista Guido Mantega disse que a política é exemplar e inquestionável, e realmente é inquestionável que ela está piorando. A função dos ministros da fazenda é espantar os esbanjadores e gastadores, o que não é o caso do nosso ministro.
Capa da revista The Economist em 2009 e em 2012
O discurso de todos do governo é sustentar que a política fiscal “caminha para a neutralidade”. Para que é mais experiente como eu, o ano que vem é eleitoral, e normalmente os gastos se expandem, tudo isso forma um quadro preocupante, ou como Delfim Netto comentou essa semana, está se formando a “tempestade perfeita”.

Sucesso a todos,

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