Bom dia gestores,
Supreendendo o mercado mais uma vez, o empresário Eike Batista acertou a venda do controle do
porto do Açu, em São João da Barra, no litoral norte do Rio de Janeiro, para o
grupo americano EIG.
O EIG se comprometeu a subscrever até R$ 1,3 bilhão em
ações da LLX, empresa que opera o porto do Açu, em um futuro aumento de
capital. O preço fixado para a ação é de R$ 1,2.
O negócio ainda está sujeito a finalização do processo de
"due diligence" (uma análise aprofundada dos números da LLX) pelo
EIG, quando a operação for concluída, a fatia de Eike na LLX
vai cair de 54% para 21%. Se os outros minoritários não aderirem ao aumento de
capital, os americanos chegarão a 61% de participação na LLX. Se todos
aderirem, o EIG ficará com 33% e, mesmo assim, irá se tornar controlador da
empresa.
As ações da LLX subiram 17% ontem, para R$ 1,51, porque a
saída de Eike do controle é vista como uma oportunidade para a empresa por
abrir canais de crédito.
A crise do grupo EBX tornou o nome de Eike
"tóxico" para o mercado, o investimento do EIG será feito via aumento
de capital para que os recursos permaneçam na LLX e não possam ser usados por
Eike para pagar dívidas em outras empresas.
O grupo EBX enfrenta profunda crise de credibilidade,
desde que a produção da petroleira OGX decepcionou, a situação se deteriorou de vez quando a OGX declarou que iria interromper a produção e a prospecção na maior parte de seus campos de petróleo. Desde então, Eike vem promovendo liquidação de ativos para pagar suas dívidas, Eike já vendeu o controle
da termelétrica MPX à alemã E.ON e negocia a venda de outras empresas para
pagar dívidas.
O empresário vem sendo assessorado nessa liquidação de
ativos por André Esteves e sua equipe no BTG. Mas não foi o banqueiro que
trouxe o comprador da LLX.
A percepção no BTG e no mercado era que seria difícil
vender o porto do Açu, em razão dos investimentos necessários para terminar as
obras e por causa das dívidas.
O projeto total está orçado em R$ 4 bilhões. As dívidas
da LLX chegavam a R$ 1,8 bilhão no fim do primeiro trimestre, sendo R$ 863
milhões de curto prazo (R$ 345 milhões com Bradesco e R$ 518 milhões com
BNDES).
Para a LLX, o valor levantado no aumento de capital mais
as linhas de crédito já existentes serão "suficientes" para fazer os
investimentos e equacionar a dívida.
A possibilidade de venda da LLX começou a ganhar força há
três semanas, graças à ajuda de Ricardo Antunes, ex-presidente da LLX e hoje
sócio da mineradora Manabi.
O grupo EIG, um líder global no setor de energia com US$
12,8 bilhões sob gestão, é sócio da Manabi. No fim do ano passado, os
americanos aplicaram US$ 150 milhões na mineradora, que ainda está em fase
pré-operacional.
Foi Antunes quem convenceu os sócios americanos das
vantagens da aquisição, embora o negócio tenha sido fechado entre LLX e EIG,
sem participação da Manabi.
A avaliação dos compradores é que o ativo é bom, já tem
licenciamentos ambientais aprovados e boa parte das obras foi concluída. Outra
vantagem seria o expressivo tamanho do distrito industrial do porto, o que
significa área para arrendar para outras empresas.
Sucesso a todos,
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