Boa tarde gestores,
A Aliança Navegação e Logística, empresa brasileira de
cabotagem controlada pelo grupo alemão Hamburg Süd, negocia a compra de quatro
navios porta-contêineres com estaleiros brasileiros.
O valor do negócio não foi informado, mas estimativas de
mercado indicam que o negócio pode ultrapassar a cifra de R$ 400 milhões.
A companhia de navegação, que detém 44% do mercado de
cabotagem no Brasil (navegação para o transporte de carga entre portos do
país), tentará negociar a encomenda até o fim de 2014. A meta é ter os quatro
novos navios em operação em 2017.
A compra dessas embarcações representaria um importante
incremento para o setor da construção naval no Brasil, um segmento industrial
que foi revitalizado com um maciço programa de encomendas da Petrobras.
Hoje, toda a capacidade de construção naval nos 32
estaleiros existentes no país (e nos sete em implantação) está tomada com os
pedidos do setor de petróleo e gás.
De acordo com Julian Thomas, diretor-superintendente da
Aliança, a companhia acredita que os novos navios possam ter custos
equivalentes aos internacionais.
"O sistema de financiamento existente no Brasil
torna possível a compra de embarcações, o problema é encontrar capacidade nos
estaleiros", disse Thomas.
O Brasil dispõe de recursos para financiar a construção
naval. O Fundo de Marinha Mercante, cuja gestão é do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social), já desembolsou R$ 21,6 bilhões desde 2001,
quando começou a retomada da indústria naval.
Além do financiamento, a contratação de estaleiros
brasileiros para a construção dos porta-contêineres também é beneficiada pelo
Imposto de Importação, hoje em 50%, informa a Aliança.
Ontem, no porto de Santos, a Aliança batizou o primeiro
de uma série de quatro navios de contêineres construídos na China.
"O plano era construí-los aqui, mas precisávamos das
embarcações neste ano. Os estaleiros brasileiros tinham capacidade para entrega
apenas em 2017. Não podíamos esperar", disse.
Segundo Ariovaldo Rocha, presidente do Sinaval (Sindicato
da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), a retomada dessa
indústria depende das encomendas de navios graneleiros e de porta-contêineres.
"As encomendas para esses equipamentos são pequenas
porque há poucas empresas brasileiras no transporte marítimo", disse.
O Brasil não dispõe de uma marinha mercante para o
transporte transoceânico dos seus próprios produtos. Em 2012, o país pagou US$
6 bilhões pelo afretamento de embarcações estrangeiras.
Sucesso a todos,
Comentários