Boa tarde gestores,
O empresário Abilio Diniz foi eleito ontem presidente do conselho da BRF (antiga Brasil Foods) para acelerar a internacionalização da companhia. Resultado da fusão de Sadia e Perdigão, a BRF é a sexta maior empresa de alimentos do mundo.
O empresário Abilio Diniz foi eleito ontem presidente do conselho da BRF (antiga Brasil Foods) para acelerar a internacionalização da companhia. Resultado da fusão de Sadia e Perdigão, a BRF é a sexta maior empresa de alimentos do mundo.
Nessa nova fase, Sérgio Rosa (ex-presidente do fundo
Previ) também terá papel importante. Eleito vice-presidente do conselho da BRF,
ele foi um dos responsáveis pela globalização da Vale.
A "dobradinha" já fazia parte da negociação
entre os fundos Tarpon e Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), que,
juntos, detêm cerca de 20% da BRF. Ambos defendiam uma gestão mais agressiva da
empresa.
Hoje, a BRF deve anunciar os próximos passos o que inclui
buscar formas de aumentar a sua presença no exterior. Atualmente, as vendas
fora do Brasil equivalem a 40% da receita líquida total.
Para aprovar a fusão, o Cade (Conselho Administrativo de
Defesa Econômica) impôs restrições à expansão da BRF no Brasil. A forma mais
rápida de crescer será no exterior.
Para isso, o novo conselho avaliará a reestruturação da
BRF, que poderá ter uma empresa global, com presidente próprio, controlando as
demais subsidiárias, incluindo a brasileira. A tendência é que o atual
presidente-executivo, José Antonio Fay, assuma o posto.
Os nomes de Abilio e dos integrantes do novo conselho
foram aprovados por 62% dos acionistas. Entre os presentes, 6% votaram contra e
12,8% se abstiveram, incluindo o Petros (fundo dos funcionários da Petrobras).
Os planos da BRF já incomodam a concorrência. Para eles,
Abilio tem um "evidente conflito de interesse" por continuar como
presidente do conselho do Pão de Açúcar e da BRF.
A BRF é o maior fornecedor do Pão de Açúcar. Para a
fabricante de alimentos, as vendas para o Pão de Açúcar representam 3,6% (em
volume). No Pão de Açúcar, esse índice é 1,7%.
Apesar de não haver dependência explícita, Abilio é
acionista das duas companhias e será, a partir de agora, presidente do conselho
de ambas. Para os concorrentes da BRF, o empresário poderia tentar
favorecê-las.
Por meio de seus advogados, Abilio nega e diz que as
decisões estratégicas das duas empresas são tomadas em conselho, em que ele é
somente um dos votantes. E os contratos com fornecedores não passam pelo
conselho de administração.
Para o grupo francês Casino, controlador do Pão de
Açúcar, a situação é insustentável. Em fevereiro, o Casino já havia pedido em
assembleia a renúncia de Abilio da presidência do conselho, caso acumulasse a
mesma função na BRF.
O grupo mantém a posição. Como Abilio não pretende
renunciar, caberá ao Casino recorrer à Justiça, sob alegação de conflito de
interesses, essa briga vai longe.
Sucesso a todos,
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