Estímulo sem resposta.

Boa noite gestores,

A performance insignificante da economia brasileira em 2012, com crescimento de 0,9%, mesmo com todas as medidas de estímulo sacadas da caixa de ferramentas do governo, como diria a Profª Mercedes, mostra que o remédio não impediu a piora do doente, apenas evitou que ele entrasse na UTI.

O nosso País agora se encontra na confortável e última posição entre os países emergentes e se aproxima do índice dos europeus em plena estagnação econômica.

A timidez brasileira já vem de longe, mas foi acentuada em 2012, principalmente levando-se em conta os números dos parceiros dos Brics e outros emergentes. China cresceu 7,8%, Indonésia 6,2%, Rússia, 3,4%. Entre os vizinhos sulamericanos, até o Peru registrou crescimento de 6,3%.

O resultado alcançado pelo Brasil se aproxima mais da Europa mergulhada na crise: Alemanha, 0,7%, Reino Unido, 0,2% - países que ainda assim podem festejar algum crescimento. Já não é o caso de Portugal (-3,2), Itália (-2,2) e Espanha (-1,4) – que estão em franca estagnação.
Para 2013, o governo brasileiro prevê recuperação: crescimento entre 3 e 4%.

Mas, diante dos erros recentes nas profecias, é prudente esperar. O mais provável é que a presidente Dilma passe a cobrar mais dedicação à equipe na busca de novas medidas para obter o prometido crescimento, as medidas de estimulo fracassaram, algumas boas, como a queda dos juros, outras que criaram tratamento desigual dentro da economia, com subsídios e vantagens distribuídas a escolhidos.

De boas notícias, pode-se dizer três coisas. Na comparação trimestre contra trimestre, o investimento voltou a crescer, 0,5%, depois de cair quatro vezes seguidas. Os serviços também subiram, na taxa acumulada em 12 meses, depois de oito quedas: de 1,5% para 1,7%. Por fim, o próprio PIB acumulado em 12 meses parou de cair. Estava desacelerando desde 2010, saindo de 7,6% para 0,9%. Manteve a taxa no final do ano, e já é alguma coisa não ter ficado pior.

Há razões para algum otimismo este ano, o Brasil está colhendo uma supersafra e os preços internacionais estão bons em várias culturas porque não houve ainda recuperação dos estoques reduzidos, não podemos esquecer que temos gargalos nos portos, isso é um problema.

Também vai ser o primeiro ano completo de juros baixos. Ainda que oscilem, eles o farão em patamar menor do que estavam no início de 2012. Em janeiro, houve vários indicadores fortes que podem ajudar a produção industrial do trimestre ser boa, se bem que a performance da indústria é para a reposição dos estoques vendidos no final do ano, vamos esperar.

Um ano melhor do que o desastre de 2012 é fácil. Difícil é iniciar uma nova etapa de crescimento sustentado, o que o governo só poderá conseguir se deixar de lado a obsessão desta campanha eleitoral já iniciada e realmente governar com os olhos nos fundamentos da economia.

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