Boa tarde gestores,
Mesmo com aprovação, Abilio ainda terá de enfrentar
resistência do Casino, que vê conflito de interesses
O empresário Abilio Diniz, presidente do conselho de
administração do Grupo Pão de Açúcar (GPA) e sócio da varejista, foi indicado
para presidir o conselho de administração da BRF, empresa de alimentos criada
em 2009 com a fusão de Sadia e Perdigão.
Para que ele passe a fazer parte da companhia, a
indicação precisa ser referendada em assembleia de acionistas em 9 de abril.
Por meio de nota, Abilio, que deve substituir Nildemar
Secches na presidência, disse estar "honrado" com a "confiança
dos acionistas".
Os dez conselheiros que participaram da reunião do
conselho da BRF, ontem em São Paulo, também indicaram o nome de Sergio Rosa,
ex-presidente da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) no governo Lula,
para a vice-presidência.
Ele ocupará cota da Previ no conselho e substitui Heloisa
Helena Silva de Oliveira.
Pelo acordo feito entre os fundos de pensão, a Petros
ganha mais espaço na BRF.
Nos últimos meses, o fundo vinha comprando ações da
empresa com a intenção de ampliar a sua presença no conselho de administração.
De um assento, passará a ter dois, como os demais fundos com participação
relevante na BRF (Previ e Tarpon).
A Petros será representada por Luis Carlos Fernandes
Afonso e Carlos Fernando Costa, presidente e diretor de investimento do fundo.
A composição Abilio-Rosa foi a saída encontrada para
evitar um racha no comando da BRF e para manter o equilíbrio entre os três
maiores acionistas. A chapa foi aprovada por unanimidade, e o nome de Abilio
para presidir o conselho, por 8 votos a 2.
Anteontem, havia rumores de que a Petros poderia lançar
uma chapa paralela para disputar o comando do conselho, um-fato inédito na história
da companhia.
Agora, Abilio enfrentará o Casino, controlador do Grupo
Pão de Açúcar, para manter a presidência dos conselhos da varejista e da BRF.
Conforme nosso Blog, os franceses pediram anteontem, em
assembleia extraordinária, que Abilio renuncie ao cargo no grupo fundado por
seu pai. Para o Casino, há conflito de interesses no acúmulo das duas funções,
já que a BRF é fornecedora do grupo Pão de Açúcar.
Abilio nega o conflito e afirma não haver impedimento na
lei nem no acordo de acionistas da varejista.
A resistência ao nome do empresário na BRF também chegou
ao comando dos fundos de pensão por duas entidades sindicais que representam
bancários e petroleiros.
Elas questionaram os presidentes dos fundos Previ e
Petros sobre Abilio defender interesses da BRF ou do GPA, essa briga vai longe.
Sucesso a todos,
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