Boa noite gestores,
Lembro ainda que a maioria dessas térmicas pertencem a Petrobrás e foram construídas no governo FHC, após o racionamento de 2001/2002.
Em 2001, o país enfrentou racionamento de energia. Após
um período de negativas e de tentativas de culpar a natureza, por falta de
chuvas, ficou comprovada a ausência de investimentos em expansão da capacidade
de geração e de transmissão como a verdadeira causa, o PT soube explorar bem
esse assunto na eleição de Lula.
Após uma década, a ameaça de racionamento volta à agenda.
A probabilidade ainda é baixa, mas não podemos descartá-la, segundo informações
os níveis dos reservatórios de hoje são semelhantes aos do início de 2001, e há
uma capacidade de geração termelétrica de 14.000 MW, muito superior à de 2001,
e houve a expansão da capacidade hidrelétrica.
O que Dona Dilma e o PT esqueceram é que o consumo de
energia quase dobrou desde então. Dessa forma, ainda que a probabilidade de uma
nova catástrofe energética seja baixa, ela está fora do controle direto das
autoridades, e das agencias reguladoras que são loteadas para os apadrinhados,
e não para técnicos.
Dependemos novamente de São Pedro, ou tecnicamente o
comportamento da hidrologia de janeiro a março.
Até o momento, o nível é crítico nas nascentes dos rios
Paranaíba, Grande e São Francisco, nos Estados de Goiás, São Paulo e Minas, região
conhecida como "caixa-d'água" do país, por ser a formadora das bacias
do Paraná e do São Francisco, onde está a maior parte da capacidade de geração.
Agora vamos imaginar se o PIB tivesse crescido como
esperado e se houvesse evolução na produção industrial..
Esse quadro poderia ter sido evitado com planejamento e
implantação de projetos hidrelétricos e eólicos, cogeração com biomassa e gás
natural, além de ênfase nos programas de uso racional de energia, deixados em
segundo plano na última década.
Não faltam alternativas de recursos naturais nem
tecnológicos ou humanos. Faltam planejamento, organização, gestão e definição
de papéis e responsabilidades, e agora vemos que foram insuficientes e inadequadas as reformas
implementadas em 2004, sob a liderança da então ministra e atual presidente.
A operação continuada de todo o parque
termelétrico, que são 65 ao todo e movidas a gás ou óleo, gera um custo mensal
perto de R$ 1,6 bilhão, a ser rateado entre os consumidores, isso confirma a
falta de coordenação entre o planejamento e a contratação da expansão, Dilma
prometeu a conta de luz mais barata, mas não vai ser agora, e o pior quem vai pagar a conta da lambança é o contribuinte.
Em condições normais, as térmicas poderiam ser desligadas
após o início das chuvas, em novembro. Mas terão de continuar operando até que
a hidrologia melhore, ou São Pedro ajude.
Está na hora de promover uma profunda reforma no setor
energético brasileiro. A crise elétrica afeta o mercado de gás natural, pois
muitas sequer, trabalham com gás por falta no mercado, e isso pressiona ainda
mais o mercado de gasolina e de outros derivados, o que, por sua vez, gera
indefinições no setor de etanol.
Os custos e as incertezas afetam o equilíbrio e a
tranquilidade da economia.
Sucesso a todos,
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