Petrobrás deve reajustar os combustíveis em até 15%.

Bom dia gestores,

Nada como uma empresa administrada pelo governo para ser utilizada em estratégias populistas, a conta é  o povão que paga mesmo.

Dona Dilma segurou os aumentos do combustível, para administrar a inflação, e o resultado é que a Petrobrás importou demais ficou sem caixa e agora, correndo o risco de interromper investimentos e obras, executivos da Petrobras já falam da necessidade de dois aumentos para a gasolina e o diesel para o próximo ano.

Nos planos da estatal, a dúvida seria se o aumento viria em fevereiro e de uma vez só -de cerca de 12% a 15%- ou seria dividido em dois, um em fevereiro e outro em agosto, de 5% a 6%.

A possibilidade de haver um aumento no ano que vem e outro em 2014 é descartada por conta das eleições.

Futuros reajustes serão necessariamente repassados aos consumidores com impacto sobre a inflação, uma vez que a Cide, contribuição paga pelo setor, já foi zerada para evitar repasses de aumentos anteriores.

O mais recente aumento da gasolina aconteceu em junho, de 7,83%. O preço do diesel sofreu ajuste de 3,94%. O reajuste da gasolina não foi repassado ao consumidor.

Os preços dos combustíveis estão defasados em cerca de 25% em relação ao mercado internacional, segundo analistas, o que, aliado à queda de produção da companhia, compromete os elevados investimentos, dizem fontes ouvidas pela Folha.

Nos bastidores, fala-se até na hipótese de a empresa ser rebaixada pelas agências de classificação de risco caso o aumento não se concretize.

Com previsão de investir US$ 236,5 bilhões até 2016, além de deter 30% de todos os blocos do pré-sal que serão licitados no ano que vem, a companhia terá que se endividar muito para dar conta de tantos compromissos.

Para evitar eventual queda pelas agências de "rating", a estatal terá que cortar investimentos em projetos que não começaram ou que estão no início, como as refinarias do Nordeste, o que contraria os planos do governo. Um corte na nota pode elevar os custos de captar dinheiro.

A presidente Graça Foster colocou, em junho, 147 projetos em avaliação, no valor de US$ 27,8 bilhões, sendo metade da área de refino.

Um dado concreto preocupa a cúpula da Petrobras: a relação entre endividamento líquido da estatal sobre o Ebtida (indicador que mede a capacidade de geração de caixa) está perto do quociente 2,5, patamar considerado confortável, mas limite. Se essa razão chegar a 3, a luz de perigo começará a piscar.

Neste ano, a companhia captou US$ 18 bilhões e continua abaixo da meta máxima de alavancagem (relação entre rentabilidade e endividamento), de 35%.

Segundo o balanço do terceiro trimestre, a alavancagem em setembro era de 29%.

Segundo executivos ouvidos pela Folha, na hipótese do reajuste zero, a companhia não chegaria a perder seu "grau de investimento global", pois nenhum investidor duvidaria da capacidade de uma instituição desse porte deixar de honrar seus compromissos.

Obvio que vamos esperar o aumento, mas imaginem o reflexo na cadeia de suprimentos, o transporte rodoviário vai ficar muito mais caro.

Sucesso a todos,

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