Bom dia gestores,
O setor elétrico terá de investir R$ 268,8 bilhões até
2021, se quiser evitar o risco de apagões. O cálculo foi feito pela Empresa de
Pesquisa Energética, tomando como base um crescimento da economia de 4,7% ao
ano.
Para atender à demanda futura, será necessário investir
cerca de R$ 213 bilhões na construção de 65,4 mil MW em usinas (algo como seis
hidrelétricas de Belo Monte).
Além disso, o país vai precisar aplicar R$ 55,8 bilhões
na construção de 47,7 mil quilômetros de linhas de transmissão no território
nacional, o mesmo que instalar oito linhões de transmissão de energia ligando o
Oiapoque (AP) ao Chuí (RS).
Esse novo ciclo de expansão do setor elétrico abriu um
debate sobre a capacidade das empresas para investir, uma vez que a MP 579, que
abriu a possibilidade de renovar as concessões, exige em troca a redução das
tarifas e, portanto, das receitas.
"A energia mais cara é a que falta", alerta
Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria
de Base.
Para Ricardo Carvalho, diretor sênior de empresas da
agência de classificação de risco Fitch, o governo deveria estar preocupado com
a reação do mercado.
As ações da Eletrobras, que perderá R$ 8,5 bilhões em
receita com a MP 579, já caíram cerca de 70% na Bolsa paulista desde 11 de
setembro, quando o governo anunciou os planos de redução das tarifas de
energia.
"Será um desafio o governo conseguir atrair capital
privado depois dessa medida. Há um grande desconforto. O governo não parece
preocupado, mas deveria estar", diz Carvalho.
João Carlos Mello, presidente da Andrade & Canellas,
consultor do setor elétrico, acha que o investidor tende agora a se afastar dos
projetos de infraestrutura elétrica.
O governo terá de assumir um papel maior para capitalizar
as empresas e assegurar investimentos. O peso sobre o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social) vai aumentar.
"Acho que os investidores privados ficam uns cinco
anos fora do setor. Até lá, o governo é que terá de encontrar formas de
capitalizar a Eletrobras", diz.
O negócio é esperar e ver para crer.
Sucesso a todos,
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