Ensino mediocre.


Bom dia gestores,

Em mais um atestado de que o ensino médio brasileiro está em estado de miséria, o cientista social Simon Schwartzman, após analisar dados do Enem, revela que apenas 27,9% dos que fizeram a prova em 2010 obtiveram mais de 450 pontos em todas os testes, o máximo varai em torno de 900.

Esses  450 pontos, é o novo limite aceitável  definido pelo Ministério da Educação para conferir diploma de nível médio a quem não concluiu essa etapa da educação básica numa escola. Ou seja, quase 70% dos alunos ficam abaixo do mínimo aceitável.

Considerando as variáveis socioeconômicas, que pesam muito no desempenho como a escolaridade na família.

Entre os estudantes cujos pais não têm nenhuma instrução formal, apenas 12,1% alcançaram os 450 pontos. Já entre aqueles cujos pais cursaram o ensino superior, a taxa vai a 49,6%, e chega à maioria (66,4%) só no caso dos filhos de pais com doutorado.

Como observa Schwartzman, para a maioria dos estudantes que fazem o Enem, a prova é uma utopia, uma ilusão, o resultado já se encontra em grande parte predeterminado por suas condições socioeconômicas e pela má qualidade da educação que tiveram até o momento.

A única maneira de quebrar esse círculo vicioso é oferecer um sistema público de ensino com qualidade suficiente para permitir que o nível de instrução não signifique uma condenação irrecorrível e eterna ao péssimo desempenho, pois somente preparando para a sociedade para a educação e cidadania, poderemos quebrar esse paradigma.

É uma pena que nesse quesito, os avanços dos últimos anos foram no mínimo insignificantes ou inexistentes.

Se é verdade que as avaliações mostram algum ganho nas séries iniciais do ensino fundamental, elas também indicam que a melhora desaparece quando o aluno chega ao nível médio, infelizmente, no lugar de encarar o problema e procurar resolvê-lo com mais ousadia, autoridades educacionais têm preferido a saída fácil de apelar para cotas raciais e outras decisões populistas, que apenas contribuem para mascarar a questão principal, afinal nada melhor que empurrar o lixo para debaixo do tapete.

E o que é pior, nós professores sabemos que os esquemas adotados não vêm sem efeitos colaterais. Um deles é obrigar as instituições públicas a criar sistemas de cotas e apoio para compensar lacunas na formação dos alunos, ou seja, tentar cobrir um déficit de várias disciplinas como, (Português, matemática, inglês, e outras não menos importantes)  existentes na formação do aluno juntamente com a aquisição de novos conhecimentos.

Isso é complicado, devido à falta de formação e atualização dos professores e é uma tarefa para a qual nem a instituição e nem o professor está preparado.

Sucesso a todos,

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