Olá, gestores.
Muito se fala
em cultura organizacional e em como é importante para uma empresa que todo
mundo possua os mesmos valores e práticas que se alinhem ao DNA da mesma. O que
não é tão comum é vermos empresas realmente comprometidas com as consequências
práticas de suas decisões. Quando falamos em criar um clima organizacional
saudável e cooperativo, que valorize a criatividade e realmente vise cumprir a
missão da empresa, estamos tendo em vista uma mudança de comportamento. Em
geral, oferecemos treinamentos para demonstrar as ações que queremos produzir
na empresa e desenvolvemos programas de incentivo às ações esperadas. Porém,
esse procedimento não é o suficiente.
Comportamento
consiste num feixe de hábitos, e não são substituídos apenas porque dizemos que
devem ser. Nossos comportamentos não são inventados espontaneamente; eles são
formados a partir de nossas experiências, por meio de tentativas de solucionar
problemas que são dados pelo ambiente. Até desenvolvermos um hábito de ação,
nós ficamos paralisados, às cegas diante de uma situação que solicita de nós
uma ação que não sabemos muito bem qual é. Fazemos tentativas que podem ou não
ser bem sucedidas. Guardamos na memória o que funcionou e o que não funcionou
e, quando nos vemos em um ambiente similar, automaticamemte assumimos a postura
e o conjunto de ações que deram certo em uma situação semelhante. Portanto, a
melhor forma de estimular um feixe de comportamento esperado não é apenas dizer
qual comportamento se espera, mas sim produzir uma alteração física do
ambiente.
O layout
planejado produz automaticamente o modo comportamental que levaríamos semanas
para produzir por meio de palavras de ordem, treinamentos e recompensas. Um
exemplo disso é o que fez a Philips ao se mudar de São Paulo para a nova sede
de Barueri. Conforme trecho de reportagem extraída da revista Época Negócios de
2010 (reportagem por Raquel Salgado), lemos o seguinte:
“‘Hoje preciso ir até o oitavo andar.’ ‘Reunião no oitavo, às 9 da
manhã.’ ‘Pediram para você ir até o oitavo andar mais tarde.’ Frases como essas
deixavam muita gente de cabelo em pé ou com o estômago embrulhado na Philips.
Era no tal oitavo andar, num prédio de escritórios na Zona Sul de São Paulo,
que se concentravam a presidência e as diretorias. No edifício-sede da empresa
no Brasil, até outubro passado a cúpula vivia apartada fisicamente do restante
dos funcionários, em uma espécie de bunker do poder. Por mais que boa parte das
salas do oitavo andar tivessem suas por- tas sempre abertas e que as relações
entre líderes e comandados fossem quase sempre tranquilas, a rígida hierarquia
dava o tom dessas interações. Tal cenário parecer estar, agora, a anos-luz de
distância da realidade da Philips. Bastaram seis meses para a empresa
experimentar uma revolução em sua organização espacial e nos contatos
interpessoais.”
O catalisador
das mudanças não foram apenas novos treinamentos, mas principalmente a
implementação de todo um novo layout na empresa, que vai da introdução de
armários colegiais americanos ao uso de iluminação de LED, além da implementação
do sistema WPI (Workplace Innovation), que tem como foco a criação de um
ambiente que promova integração e interação entre os colaboradores. Enfim,
fiquem com as imagens, pois quando se fala de layouts, as imagens falam mais do
que mil palavras de ordem.
Vejam também o processo específico de iluminação escolhido pela Philips para o novo prédio em Alphaville:
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