Bom dia gestores,
Publico uma série de posts com conselhos de empreendedores, que hoje são executivos de suas empresas e mentores na Endeavor.
Vamos ver o que Beto Sicupira (AB Inbev), Pedro Passos (Natura),
Laércio Cosentino (TOTVS) e Wilson Ferreira Jr. (CPFL) aconselham a iniciantes?
"Acredite na sua empresa e sonhe alto. Dá o mesmo
trabalho que sonhar pouco", diz Beto Sicupira.
Com a orientação de Sicupira e de outros mentores da
Endeavor, ONG que promove o empreendedorismo, Wilson Poit transformou a Poit
Energia, um negócio que faturava R$ 5 milhões em 2001, e que foi vendido neste
ano por R$ 404 milhões.
O objetivo da Endeavor não é ajudar o empresário,
sublinha Sicupira.
"O objetivo é a gente fazer [alavancar]. Pegamos os
empresários que consideramos com muito potencial, mostramos que têm muito mais
potencial do que acham, para ajudá-los a chegar lá", diz. "Aí a gente
fica feliz porque vai usá-los de exemplo para todos aqueles que são pequenos
empresários ou que queiram empreender."
São 400 executivos de vários setores na ONG, gente cujo
aconselhamento não está à venda por preço algum.
O ambiente de relacionamento da rede não se limita a
empreendedores, destacam executivos voluntários.
Mentores também conversam entre si e pedem conselhos,
contrariando o ditado "se conselho fosse bom..."
Beto Sicupira, para lidar com carências.
"São poucos os que, quando muito pequenininhos,
conseguem ter um sonho muito grande. Àqueles com capacidade, dizemos: você pode
fazer muito mais e eu estou aqui para ajudar, contando uma porção de coisas que
acontecem ao longo do caminho", diz Beto Sicupira, controlador da AB
InBev, Burguer King, Lojas Americanas, entre outras empresas.
Foi ele quem trouxe em 2000 a Endeavor ao país.
"Começamos por ajudar a empresa a se estruturar. A
primeira coisa é ter um contrato da sociedade bem feito. Quando vem o sucesso,
é comum ter briga de sócio."
Os passos seguintes incluem: orientação de como avaliar
pessoas, apresentação de clientes para o negócio, tecnologias, processos que
deve usar.
A própria implementação da ideia é difícil. Quando
consegue viabilizá-la, o empreendedor muitas vezes se perde ao crescer, por não
identificar suas falhas, diz.
"Empreender é lidar com carências. O empreendedor
descobre que tem o mercado, mas não tem o dinheiro para fazer o produto, ou não
tem o conhecimento de como chegar lá. Algumas vezes, como com Steve Jobs,
clientes nem sabem que têm o mercado, mas ele acredita que tenha. Mostramos
onde há carência e como podemos colaborar."
Os mentores são escolhidos conforme as necessidades do
iniciante. Pode ocorrer problemas de gestão, jurídico... E Sicupira, quando é
acionado?
"Sou chamado quando dá encrenca", brinca.
"Encrenca societária, ou quando a companhia tem um problema, precisa
levantar dinheiro. Ou uma decisão que o empreendedor tenha de tomar, de venda,
se há um sócio para entrar... Talvez por ter me envolvido em muitos negócios
diferentes e passado por esses dilemas."
Quando "lá atrás" Wilson Poit teve a
oportunidade de vender o negócio, de ter sócios, recomendou que não os tivesse.
"Não precisava, podia continuar só. Às vezes, as pessoas ficam muito cedo
entusiasmadas a pegar um dinheiro que aparece. Dá para levar sem dinheiro,
disse, porque, afinal de contas, a vida de empresário é se apertar de vez em
quando, não é?"
Sucesso a todos,
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