Boa noite gestores,
A JAC Motors, montadora chinesa, desistiu de aumentar sua rede de concessionárias no país. Interrompeu também seus planos de fazer uma fábrica na Bahia enquanto o governo federal não baixar o decreto que prometeu desde o início do ano para facilitar a entrada de fabricantes estrangeiros no Brasil.
"O governo prometeu que baixará o decreto em agosto. Vamos esperar. Mas, sem as regras definidas, não temos como fazer a fábrica na Bahia nem aumentar a rede", diz Sergio Habib, presidente da JAC Motors no Brasil.
A JAC Motors, montadora chinesa, desistiu de aumentar sua rede de concessionárias no país. Interrompeu também seus planos de fazer uma fábrica na Bahia enquanto o governo federal não baixar o decreto que prometeu desde o início do ano para facilitar a entrada de fabricantes estrangeiros no Brasil.
Planta da JAC na Bahia |
O decreto estenderia a montadoras com fábricas instaladas
ou em construção o direito de importar automóveis com IPI reduzido, dentro de
um certo limite, para viabilizar as operações no país.
"É natural que uma montadora que tenha interesse em
se instalar no país tenha o direito de trazer um certo volume de carros
importados no início da operação. De outra forma, fica inviável entrar no
Brasil", diz Habib.
Hoje, os carros populares importados pela JAC Motors
pagam IPI de 36,5%. Os similares nacionais pagam 6,5%. O presidente da empresa
explica: "A medida foi drástica já quando adotada. Mas o dólar à época
estava a R$ 1,70. Agora, com o dólar a R$ 2, a operação toda ficou muito cara.
Por essa razão é que, sem o decreto do governo rebaixando o IPI, não temos como
pensar em aumentar as revendas e muito menos em construir a fábrica na
Bahia".
Esse anúncio da JAC Motors é mais um efeito colateral da
política adotada pelo governo para o setor de automóveis em setembro do ano
passado, quando aplicou um aumento de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) para carros importados ao Brasil de fora do Mercosul.
A medida teve efeitos limitados. As montadoras já
instaladas no país, que pressionaram pela medida, têm sinalizado com demissão
de funcionários porque continuam prevendo eventual queda na demanda por causa
do desaquecimento da economia.
Do outro lado, as montadoras estrangeiras que nos últimos
anos instalaram grandes redes de concessionárias no país tiveram forte queda
nas vendas por causa do aumento dos preços.
"Temos uma rede de 45 concessionárias. Essas
revendas empregam 4.500 pessoas. A ideia era aumentar para cem lojas por causa
da fábrica que teríamos em operação na Bahia até 2014."
A expectativa da JAC Motors é que o decreto promova uma
redução do IPI para seus carros importados para 6,5%. A contrapartida seria a
construção imediata da fábrica na Bahia, que começaria a produzir já em 2014.
O investimento anunciado é de R$ 900 milhões. A novidade
é que 80% do capital será brasileiro. A capacidade de produção prevista é de
até 100 mil carros por mês.
"O mercado automotivo é muito empregador na ponta,
nas revendas, e não mais nas fábricas. A nossa planta na Bahia empregará 3.000.
Mas a rede de concessionárias terá muito mais. Os 4.500 empregados nas lojas
hoje duplicariam com a fábrica."
Para o empresário, com o IPI alto para importados e o
dólar a R$ 2, em breve "muitas revendas de carros importados não vão
conseguir ficar abertas e pode haver muitas demissões". Como a JAC opera
com automóveis populares, diz Habib, ainda não está nessa situação.
Sucesso a todos,
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