Bom dia gestores,
A Rio+20 é tão rica de significados que precisa ser vista
de vários ângulos. Palco global, ela põe no holofote o papel do Brasil no
mundo, o papel do Brasil no mundo da sustentabilidade e o novo papel da
sustentabilidade no mundo.
Estamos bem nos três papéis, e a conferência de
desenvolvimento sustentável que começa amanhã é uma oportunidade que a ONU nos
dá de passar essa e outras mensagens ao mundo.
Será o primeiro de uma série de megaeventos que colocarão
o Brasil no horário nobre da atenção mundial. É uma escalada incrível, como uma
prova de que Deus é brasileiro: Rio+20, Copa das Confederações, Copa do Mundo,
Olimpíada. Tudo começando e acabando no Rio de Janeiro, nossa cidade mais
internacional, pronta para esse papel desde o dia de sua fundação.
Se fosse criar um plano de marketing para divulgar o
Brasil no mundo, não poderia imaginar calendário melhor, começando justamente
por uma área na qual o país apresenta credenciais e liderança importantes: a
sustentabilidade.
A sustentabilidade deve ser nossa vocação natural, um
grande caminho para destravar a inovação brasileira. A sustentabilidade hoje
está inescapavelmente ligada à inovação. Presente do desenho de um novo produto
até sua distribuição, consumo e descarte, ela está refazendo cadeias produtivas
inteiras.
Não se preserva mais o ambiente simplesmente isolando o
ambiente. O isolamento é cada vez mais impossível. Por isso, preservar é
inovar, é inventar novas formas de produção e interação.
Há bons exemplos por toda parte. A Ambev estabeleceu padrões
de uso e preservação de água, sua principal matéria-prima, e criou programas de
defesa de recursos hídricos trabalhando diretamente com comunidades pela
sustentação de ecossistemas. A Nike criou um índice de sustentabilidade de
materiais para orientar seus designers em relação ao impacto ambiental de suas
criações.
Essa busca cada vez mais intensa pela sustentabilidade
transforma os serviços, a indústria, a agropecuária, todos os setores da
sociedade e da economia. E estamos vendo apenas o começo dessa nova
mentalidade, que passa pela nova relação dos consumidores com as cadeias
produtivas, pela emergência definitiva do consumo cidadão.
Ações de sustentabilidade das empresas no começo eram
acusadas de "marqueteiras" por puristas bem intencionados e céticos
de plantão, que viam contradição em grandes corporações financiando preservação
ambiental e responsabilidade social.
Mas não existe sustentabilidade marqueteira. Ou você a
coloca dentro do seu modelo de negócios ou você está fora da onda e fora do
mercado no médio prazo. A mensagem do marketing agora é compre, mas de maneira
responsável. E vale para toda a cadeia: produza de maneira responsável, se
relacione com consumidores, com acionistas, com fornecedores, com todos, de
maneira responsável.
As iniciativas de sustentabilidade tanto não eram
"marqueteiras" que cresceram nas corporações, forçadas ou apoiadas
por consumidores demandantes, e hoje se tornam departamentos de inovação e
sustentabilidade, uma conjugação óbvia e duplamente benéfica para empresas e
para consumidores.
Não fazemos mais as coisas movidos por utopia, por
ideologia ou por religião: quem mais nos move hoje são as pessoas próximas,
nossos filhos, nossos parceiros, nossos amigos e nossos familiares. Para eles,
queremos um futuro que só a sustentabilidade pode sustentar.
Depois de 20 anos, ainda temos muito a fazer, mas nossa
democracia é forte, nossa economia é sólida, nosso povo é mais feliz e mais
próspero. E nossa floresta, imensa e exuberante, segue em boa parte de pé.
O papel do Administrador de Empresas no Brasil, dentro desse contexto, é fazer de sua empresa a base de uma nova sociedade, buscando a responsabilidade social e a sustentabilidade.
O mundo precisa conhecer esse novo Brasil. It’s show
time, é hora do show.
Sucesso a todos,
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