Melhores práticas para a gestão da demanda - Parte 3

Bom dia gestores,

Finalizando nossos estudos,


Desenvolvimento de Sistema para Gestão de Contingências

Sejam motivados por causas internas ou externas, existem eventos que podem comprometer a capacidade da empresa em atender a demanda. Nesta conjuntura, é fundamental a formulação de planos de contingência para gerenciar a consequência destes eventos sobre o balanceamento entre a capacidade de fornecimento e a demanda.

Deve ser criado um sistema de contingência envolvendo clientes e fornecedores. No que diz respeito aos clientes, é preciso criar condições para que o atendimento dos pedidos não seja interrompido. Em relação aos fornecedores, a preocupação é assegurar a continuidade do fluxo de insumos.

Desenvolvimento de Indicadores de Desempenho

Os resultados do processo de Gestão da Demanda promovem impactos na sustentabilidade financeira da empresa. Seria conveniente, portanto, mensurar esta influência, através de uma estrutura de indicadores para medir e monitorar o seu desempenho, além de continuamente estabelecer objetivos para a melhoria de desempenho.
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Os sub-processos operacionais da gestão da demanda

São cinco sub-processos operacionais: Coleta de Dados e Informações, Previsão, Sincronização, Redução da Variabilidade e Aumento da Flexibilidade e Indicadores de Desempenho. Orientados pelas decisões tomadas no nível estratégico, estes sub-processos se encarregam de executar tais diretrizes.

Coleta de dados e informações

A coleta de dados deve compreender um número significativo de fontes que ofereçam dados confiáveis. A coleta, portanto, torna-se uma das atividades mais importantes para a construção da previsão.

Para coletar dados relevantes que foram especificados no processo estratégico, é preciso interagir com a função de Marketing, como também com as atividades de processamento de pedidos, com a gestão do relacionamento com o cliente, desenvolvimento do produto e comercialização (informações de lançamento de produtos) e gestão de retorno (informação da quantidade retornada para o cálculo da demanda). As atividades de processamento de pedidos e gestão do relacionamento com o cliente são as que fornecem as informações mais relevantes da demanda antecipada.

Previsão

Com todos os dados requeridos em mãos, desenvolve-se a previsão. É importante que se monitore e analise os erros, provendo feedback para melhorar os métodos de previsão. Conforme já discutido anteriormente, existem dois principais grupos em torno dos quais se agrupam as mais diversas técnicas de previsão: técnicas quantitativas e técnicas qualitativas. O emprego de cada uma delas está condicionado às circunstâncias em que são aplicadas.

Sincronização

No nível operacional, existe a necessidade de sincronização com outros processos da organização e elementos da cadeia de suprimentos. Esta atividade consiste em delinear o plano de atendimento da demanda. A sincronização consiste em cinco medidas: 1) identificar e planejar a partir das restrições de capacidade; 2) Determinar intervalos confiáveis de previsão; 3) Balancear o risco com restrições financeiras; 4) Planejar capacidade para novos produtos; e 5) Desenvolver a execução do plano agregado de demanda.

Além da previsão, o time de gestão de demanda deve considerar as capacidades ao longo da cadeia de suprimentos, limitações financeiras e a posição atual dos estoques. A comparação destas informações com as previsões possibilitará a identificação das restrições do sistema. Assim, o time pode trabalhar com os outros times de processo para determinar como resolver os gargalos, ou alocar recursos disponíveis e priorizar a demanda.

O time pode calcular o intervalo de confiança da previsão com a utilização dos valores de erros de previsão. O cálculo destes intervalos pode fornecer informações gerenciais importantes para o processo decisório, pode ser compartilhado com fornecedores, e os gerentes podem usar esta informação para determinar o quanto da demanda a empresa irá atender.

No plano de demanda, o time deve considerar as práticas de gerenciamento de riscos, buscando analisar os riscos e os retornos financeiros. O plano de gerenciamento de contingência desenvolvido no nível estratégico deve ser considerado se um evento interno ou externo causar rupturas no fornecimento ou grandes erros de previsão.

O time também desenvolve um plano de capacidade para os novos produtos lançados. O compartilhamento destas informações com os fornecedores permite informá-los da rapidez da resposta caso a demanda exceda a previsão para o novo produto.

O resultado final da sincronização é o plano de atendimento à demanda, que inclui o plano agregado de produção e o plano de posicionamento dos estoques. Estas informações devem ser compartilhadas com outras áreas funcionais e com elos-chave da cadeia de suprimentos.

Redução da variabilidade e aumento da flexibilidade

Acredita-se que a variabilidade compromete o planejamento. Em certa medida, parece ser fácil planejar por meio de considerações medianas. A causa do problema reside nos desvios. Existem duas alternativas para enfrentar o problema: redução da variabilidade e aumento da flexibilidade.

A gerência deve primeiro reduzir a variabilidade e depois gerenciar a inevitável variabilidade pelo aumento da flexibilidade. Ou seja, deve identificar as fontes de variabilidade e implementar soluções para reduzi-la.

A cadeia de suprimentos que melhor conseguir reduzir incertezas e variabilidades alcançará vantagem competitiva. O aumento da flexibilidade pode influenciar a confiabilidade, qualidade, custo e velocidade do processo, mas é preciso determinar o quanto de flexibilidade é necessária. Para isto, é preciso compreender as necessidades do cliente, os padrões de demanda e as capacidades em toda a cadeia de suprimentos.

Uma vez compreendido o quanto de flexibilidade é necessária, deve-se procurar formas de alcançá-la. Isto envolve um trabalho conjunto com outros times de processos, como também com clientes e fornecedores para determinar onde, na cadeia de suprimentos, existem oportunidades de aumentar a flexibilidade (ex: postergação da manufatura, redução de lead time, aumento dos estoques, implementação de VMI etc.).

Indicadores de desempenho

Os indicadores de desempenho escolhidos no nível estratégico devem ser aplicados pelo time de execução. Eles devem ser usados internamente para melhorar o processo de gestão da demanda e alimentar o CRM e o SRM, bem como os elos-chave da cadeia. Basicamente, estes inidcadores devem permitir analisar a lucratividade por cliente, por fornecedor e reportar custos.

Principais conclusões

A gestão da demanda é um componente importante para o sucesso do gerenciamento da cadeia de suprimentos. Uma implementação bem conduzida do processo pode gerar benefícios substanciais para os resultados financeiros da empresa como, por exemplo, a redução dos níveis de estoque, melhoria da utilização dos ativos e melhoria na disponibilidade do produto.

Convencionalmente, opta-se por antecipar a demanda através das previsões de vendas. Apesar de ser uma importante ferramenta, este trabalho evidencia que as previsões, por si só, não oferecem os subsídios suficientes para ajustar as decisões que envolvem o sistema produtivo com o comportamento da demanda. A gestão da demanda deve incluir a identificação de formas de reduzir a variabilidade da demanda e aumentar a flexibilidade em reagir com mais rapidez a situações imprevisíveis.

Mesmo sendo possível a implementação de vários sub-processos da gestão da demanda sem ultrapassar os limites organizacionais, as oportunidades reais surgem quando o gerenciamento alcança outros membros da cadeia de suprimentos e integra o seu processo com os processos dos fornecedores e clientes. É por meio destes esforços que os benefícios da gestão da cadeia de suprimentos serão alcançados.



Sucesso a todos,

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