Bom dia gestores,
Os números são de um
levantamento feito pela PricewaterhouseCoopers (PwC). Segundo a
empresa de consultoria, o ritmo de crescimento de fusões e
aquisições no setor foi de 17% ao ano - superior ao da média da
economia em geral, de apenas 5% ao ano. A tendência está na
contramão do resto do mundo, onde o número de fusões e aquisições
tem crescimento negativo.
A diversificação de
operações é um dos principais motivadores para as compras das
empresas. Foi o caso da aquisição da Rodoviário Schio pela JSL
(antiga Julio Simões Logística), em setembro, por R$ 405 milhões.
Segundo Fernando Simões, presidente da JSL, a aquisição permite
que a empresa cresça no setor de alimentos, já que a companhia não
atuava até então com cargas de temperatura controlada. Também foi
esse o caso da Direct Express, especializada em logística para o
varejo (principalmente compras pela internet), comprada pela Tegma -
antes de transporte de grandes cargas.
Também chama atenção
no relatório a maior participação dos investidores estrangeiros.
De 20% em 2006, a presença externa nas operações chegou a 27% em
2011. Mesmo com a maior participação de estrangeiros nas operações
brasileiras, o cenário de fusões e aquisições nesse setor ainda é
dominado por empresas brasileiras, segundo Ernani Moraes, sócio da
Pwc. "A complexidade da logística local ainda é um obstáculo
para operadores de fora do país", afirma. Por isso, é natural
que, quando querem entrar no país, as estrangeiras optem por comprar
empresas locais.
Há alguns anos, foi
exatamente esse o caso da brasileira Itatrans, comprada em 2009 pela
Agility Logistics - de presença global. O presidente brasileiro da
Itatrans - e agora presidente das operações brasileiras da Agility
-, Ricardo Sapag, avalia a transação como positiva, já que
proporcionou maior poder financeiro à empresa. "Há questões
mais complicadas, como obrigações, cláusulas contratuais, normas
da empresa compradora que você passa a ter de cumprir. Mas no
balanço sobre a compra, há mais pontos positivos. Hoje temos mais
estrutura, posso contar com as operações da empresa em qualquer
lugar do mundo, até no Afeganistão", diz Sapag.
Outro aspecto abordado
pela pesquisa da PwC foi a participação de investidores
financeiros, como fundos de investimento. O estudo corrobora o que
antes era apenas uma observação de especialistas do setor: fundos
de investimento estão mais presentes no setor de transporte e
logística no Brasil.
A participação em
fusões e aquisições desse tipo de investidor aumentou
consideravelmente de 2006 até 2011, segundo a PwC. No ano de 2006,
eles representavam apenas 5% do total de transações. Em 2011,
correspondeu a 23% do total das transações ocorridas. Com os
grandes aportes dos fundos, em geral, as empresas passam a colocar em
prática seus planos de expansão.
Um exemplo desse caso
foi a compra de 50% da TCP Terminal de Contêineres (concessionária
do terminal de contêineres do porto de Paranaguá) pela Advent
International em 2011. Nos bastidores especula-se valor acima de R$
500 milhões pela operação. Depois da compra, foram anunciados
investimentos de R$ 170 milhões por parte do TCP para, em um ano e
meio, dobrar sua capacidade anual de movimentação.
Outro anúncio
relevante do ano foi a compra de 30% da Gafor Logística pela Neo
Capital Mezanino, por cerca de R$ 70 milhões. O montante servirá
para suprir investimentos da empresa em novas áreas, como a briga
pelo mercado de transporte de automóveis.
Sucesso a todos,
Comentários