Ética Racional ou Heroica

O Empresário que utiliza da ética racional,
refletindo os problemas, analisando valores e
consequências.
 É comum vermos em livros que tentam aplicar a ética nos negócios discursos do que podemos chamar de ética heroica. É o tipo de discurso que fala sobre a importância da ética em si mesma, em fazer o que é certo em detrimento do que é errado e seguir sempre a verdade a todo custo, além da honestidade e tantas outras coisas. Nesse sentido, a ética é apresentada como uma teoria. Quando seguimos essa ética discursiva, própria dos discursos dos super-heróis (daí o termo ética heroica) caímos no problema de, eventualmente, ao decidirmos sobre uma ação prática correta, não termos argumentos para justificar o porquê dessa escolha e nem o porquê dessa ação ser melhor do que qualquer outra possível.  Nesses casos, a justificativa morre nos termos - "é certo porque é", ou "devemos fazer isso porque a verdade é sempre melhor".
Essas justificativas, a despeito de parecerem apropriadas, na verdade nada dizem de racional sobre o motivo de nossas escolhas. Elas rodeiam, mas, na prática, estão apenas seguindo uma ordem ou, pra ser mais exato, uma máxima que, supostamente, vale por si. Mas, será que, no âmbito empresarial, ela vale mesmo?
Super-homem representa a ética heroica,
uma convicção tenaz do que é certo,
ainda que sem uma base racional.
É nesse ponto que apresento a ética racional. Esta, ao invés de excluir a ética heroica, a inclui, a justifica de uma modo mais argumentativo e prático e se torna uma ferramenta verdadeiramente útil tanto para o planejamento estratégico de uma empresa quanto para as ações cidadãs que todos nós, enquanto pessoas que possuem responsabilidade social, temos de realizar.
A ética racional vai além da própria justificativa, como o "ser certo por ser certo", e pensa o problema, analisa as condições, as ações possíveis, estabelece prognósticos, verifica consequências e, por fim, conclui a melhor linha de ação. Quando, em uma empresa, os gestores agem dessa forma, podem concluir, por exemplo, que se uma companhia aérea está armazenando de forma negligente as bagagens dos passageiros, ainda que em pequena proporção, ela terá de lidar com o fato de que, por mostrar desrespeito pela propriedade de seu cliente, ela terá de arcar com uma imagem negativa, com possíveis processos, com o descrédito de toda uma sociedade, com um marketing viral negativo que nada mais fazem que evidenciar, na prática, que desrespeitar o próximo é ser anti-ético e, como tal, essas ações devem ser evitadas. Quando nos esforçamos por esse tipo de ação, estamos exercendo a ética racional.

E, quando não a exercemos, podemos cair no caso como o visto entre a United Airlines e o cantor Dave Carroll que, ao ter seu violão quebrado e buscar por um ano a resposta da empresa, sempre negativa, resolveu fazer um video clip e postá-lo no youtube (http://www.youtube.com/watch?v=t53LYUamBZI), atingindo cerca de 1 milhão de visualizações (isso sem contar as visualizações em canais replicados do youtube). E depois me perguntam se vale a pena ser ético nos negócios!

Comentários

Prof. Monteiro disse…
Muito bom, a ética é um valor que assegura a sobrevivência e a reputação das empresas, além de colaborar para a manutenção de um bom clima organizacional, sensacional artigo,
parabéns Prof. Luciano.
PMG&E disse…
Viagem a Ilhabela = 3 Pedágios e 1 balsa (fora a volta!!!)
Peixinho na Praia R$36,00,
Agora ver o João na Piscina e uma postagem do Prof. Luciano na volta (e ainda deste calibre!!!!)...Num tem preço parceiro!!
Sem falar a do Monteiro da diversificação de competências necessárias para gerir um negócio!!!

Sucesso
PMG&E disse…
Viagem a Ilhabela = 3 Pedágios e 1 balsa (fora a volta!!!)
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