Bom dia gestores,
Reduzir as sobras de
medicamentos na casa do consumidor e dar a destinação correta aos
medicamentos que não serão mais utilizados são alguns dos desafios
para a política nacional de resíduos sólidos, instituída pela lei
12.395/10.
A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) vem realizando programação de
debates com o tema descarte de medicamentos e discute propostas para
implantar uma logística reversa na cadeia produtiva desses produtos.
Segundo a Anvisa, a
logística reversa significa utilizar o mesmo caminho que o
medicamento faz até o consumidor final para que o resíduo seja
recolhido e tratado da forma correta.
De acordo com o
departamento de Resíduos Perigosos do Ministério do Meio Ambiente,
a importância de se descartar corretamente esse tipo de produto
deve-se ao seu potencial perigo ao meio ambiente e à saúde humana.
Apesar dos diferentes níveis de riscos relacionados ao descarte de
medicamentos, como os descartados por hospitais, farmácias ou pela
dona-de-casa, todo resíduo de produto farmacêutico precisa ser
tratado adequadamente.
Coordenador de
Vigilância Sanitária da Superintendência Regional de Saúde (SRS
Uberaba), Maurício de Oliveira destaca que a maior preocupação com
os resíduos gerados pelos serviços de saúde, como drogarias e
hospitais, é quanto ao volume. “Em casa, o risco maior se deve ao
perigo de automedicação, porque as pessoas compram o remédio e
guardam próximo ao fogão ou exposto à luz e, com isso, ele perde
qualidade.
O problema é que as
pessoas podem reutilizá-lo incorretamente e sem prescrição médica.
É preciso ter cuidado especial com antibióticos, mas em geral a
orientação é descaracterizar o medicamento, ou seja, tirar da
cartela, diluir e jogar na pia do banheiro. O risco é colocar no
lixo e ser utilizado por outras pessoas sem cuidado”, esclarece.
Agência e Ministério
da Saúde propõem rede de “coleta seletiva”
Atualmente, a Anvisa e
o Ministério da Saúde trabalham em um acordo setorial para que as
responsabilidades sobre as sobras de medicamentos sejam
compartilhadas pelos envolvidos na cadeia de produção. Ou seja,
fabricantes, farmácias e consumidores deverão tomar as devidas
medidas para reduzir a sobra e o recolhimento de medicamentos.
Maurício de Oliveira
destaca que já existe uma coleta específica para grandes volumes de
medicamentos, provenientes de hospitais e farmácias em Uberaba, por
exemplo. “São os maiores geradores, por isso existe uma legislação
própria que obriga instituições que trabalham com grandes volumes
de medicamentos, como antibióticos e quimioterápicos, por exemplo,
a ter planos de gerenciamento, para manuseio e transporte interno,
para separação e descarte dos resíduos”, pontua.
A ideia é ampliar esse
planejamento com a implantação de sistema de segregação de
medicamentos, ou seja, uma espécie de coleta seletiva para que
consumidores e instituições passem a entregar esses medicamentos
inutilizados em pontos de coleta especiais. Segundo a Associação
Brasileira do Comércio Farmacêutico, a dificuldade ainda encontrada
para colocar essa proposta em prática envolve o impacto na dinâmica
e nos custos de investimento para fabricantes e farmácias para que
medicamentos não sobrem mais ao consumidor, como, por exemplo,
facilitando ainda mais a venda fracionada de remédios e a criação
de um canal de coleta.
Sucesso a todos,
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