Bom dia gestores.
A Apple divulgou seu
resultado do quarto trimestre ontem, e os números foram monstruosos, absurdos. Do
tipo “se-empilhado-em-notas-de-um-daria-10-mil-km” e qualquer
outro tipo de comparação você quiser fazer com PIBs de países
pequenos.
Conseguiram dois recordes em lucro líquido (US$13,06 bilhões) e
receita (US$46,33 bilhões), muito em parte graças à venda
desenfreada de iPhones. E por causa dos iPads também.
No mundo da tecnologia,
o que importa é que a Apple retomou o primeiro lugar em vendas de
smartphones e mostrou que o promissor Kindle Fire da Amazon, de US$
200, pode não ser mesmo uma ameaça.
A Apple vendeu 37
milhões de iPhones no quarto trimestre. Foi um resultado melhor que
o mesmo período de 2010, 2009, 2008 e 2007 juntos. No mesmo
período, a Samsung vendeu 35 milhões de smartphones (entre toda a
família Galaxy e Badas), segundo estimativa da Strategy Analytics. A
Samsung não divulga mais suas vendas de smartphones, então falamos
sobre estimativas com cautela. No entanto, a própria Samsung passou
a usar os números da Strategy Analytics para falar sobre suas vendas
de smartphones! Então esse número deve ser confiável, ou no mínimo
favorável à coreana, certo? De acordo com ele, a Apple retomou a
liderança na venda de smartphones.
Em tablets, o iPad
reina absoluto desde que foi lançado, mas o Kindle Fire, com o preço
atraente poderia ameaçar este reinado. Poderia. o iPad vendeu mais
15 milhões no quarto trimestre, um recorde. Segundo estimativas, o
Kindle Fire vendeu cerca de 5 milhões (a Amazon também não revela
seus dados). Como bem lembra Jon Fortt da CNBC, “a Apple
provavelmente distribuiu o triplo de iPads do que a Amazon distribuiu
de Kindle Fire, pelo dobro do preço… e com lucro”. E a Apple,
apesar de citar o Kindle Fire em conferência com investidores, não
parece muito preocupada com ele. No fim, o que parece é que os dois
estão em mercados distintos, o que está ok para ambas as empresas
mas é um sinal de alerta para todas as outras fabricantes de tablets
com Android caros.
Tim Cook, CEO da Apple,
acha que os apps, que conferem mais utilidade ao iPad, ajudam-no a
se manter na frente:
As pessoas realmente
querem fazer múltiplas coisas com seus tablets, então não vemos
tablets com função limitada e e-readers na mesma categoria… Eu
não acho que as pessoas que querem um iPad vão se contenter com
funcionalidade limitada.
Em termos de outros
tablets, o último ano era para ser o “ano do tablet”, e eu acho
que a maioria das pessoas vai concordar que foi o segundo ano do iPad
em sequência.
Além de iPad e iPhone,
ouvimos surpresas ontem como o contínuo crescimento dos Macs e 1,4
milhão de Apple TVs vendidos no último trimestre (ainda assim,
apenas “um hobby” para a Apple). Os números da Apple foram mesmo
impressionantes: para efeito de comparação, só o lucro da Apple
nos 3 últimos meses foi maior que toda a receita do Google no
período.
O lucro foi quase um
recorde histórico em todas as empresas, perdendo apenas para o que a
ExxonMobil registrou em 2008, quando o preço do barril do petróleo
estava nas alturas. A Apple já ultrapassou a Microsoft em receita e
lucro há algum tempo, e agora é a empresa de tecnologia com maior
receita, ultrapassando a HP. Estas empresas não podem ser
diretamente comparadas – o negócio de cada uma é diferente –
mas isso não deixa os números da Apple menos estarrecedores.
Agora que ela está
montada na grana, a Apple poderia começar a pensar em diversas
coisas: ela poderia largar mão de processar todo o mundo, diminuir a
inacreditável margem de lucro em países estratégicos para
conquistar mercado (Olá, Brasil), garantir melhores condições de
trabalho nas fábricas que utiliza.
Sucesso a todos,
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