Bom dia gestores,
Quando falamos em
consumo, logo pensamos nos Estados Unidos e na China, pelas
informações que tenho sabemos que os americanos reciclam apenas 5%
do seu descarte,
Durante décadas, fomos
orientados a consumir. Afinal, a máquina produtiva se desenvolve com
isso. No entanto, também faz parte dessa estratégia, comprar e
descartar cada vez mais rápido e, com isso, nos preocupar cada vez
menos com a origem desses produtos e com o seu destino final. A
qualidade nunca será parceira da quantidade nesse processo. Chega um
momento em que se deve optar por um caminho. Você percebe qual o
caminho que a maioria está optando?
O consumo consciente faz com que os processos sejam mais
valorizados porque são mais desafiadores, tornando-se assim, mais
completos e sustentáveis. A questão é que para essa proposta de
mercado atual, esses processos são caros e atingem um público ainda
muito pequeno que busca esse consumo. Aí está a razão
para o baixíssimo alcance da boa logística reversa tão importante
para o nosso Planeta, que agoniza esperando soluções que possam, no
mínimo, diminuir essa exploração.
A desarmonia nessa
relação de consumo é o que chama atenção. Afinal, somos pessoas
voltadas à qualidade. Ou você não dá mais valor àquela
“comidinha” caseira ou àquele suco natural do que os
industrializados? Nunca percebeu que um alfaiate faz um terno melhor
que uma linha de produção? E a casa que você construiu do seu
jeito é mais aconchegante do que essas vendidas sem se importar com
sua altura ou com quantos filhos têm ou pretende ter? É claro que
nosso objetivo final é a qualidade de vida. No entanto, o que
realmente importa é que o suco industrializado dá menos trabalho, o
alfaiate é mais caro e a casa requer mais tempo.
Tempo é o que mais
ganhamos com tudo isso. Então qual a razão de reclamarmos que nos
falta tempo para a família, amigos e até para nós mesmos, conforme
pesquisas divulgadas em vários países? Como se explica que quanto
mais bens de consumo se adquirem mais nossa felicidade decai? Quanto
mais oportunidades são geradas mais aumenta a violência e a
desigualdade? Há algo errado nisso tudo. A resposta virá quando
entendermos que somos parte desse projeto sustentável e que nossas
ações sinérgicas podem redirecionar muito do que está
descontrolado agora.
Diversas matérias
afirmam que as cascas das frutas e legumes possuem até três vezes
mais vitaminas, proteínas e fibras. Nossa aceitação por cascas não
é lá essas coisas, porque fomos educados assim, desperdiçamos a maior fonte porque crescemos com métodos
errados de utilização da natureza, assim como o consumo da água, eletricidade e outros, precisamos mudar nossa cultura num mundo com menos recursos e muito mais
pessoas.
Outro dano causado pela
falta de informação na hora da compra é o pagamento por tecnologia
obsoleta. É fácil ver em determinadas lojas de eletrodomésticos,
pessoas pagando por um modelo já ultrapassado pelo preço de
produtos em lançamento. Isso prejudica diretamente o avanço da
qualidade, da economia de energia e de novas tecnologias
desenvolvidas que visam também, pesquisas com novas matérias-primas
menos nocivas ao Planeta. Sem contar que o consumidor paga mais por
isso e que logo atualizará esse produto com uma nova compra.
A nossa forma de
consumir deve ser vista como uma arte. A proposta não é se privar
de tecnologias ou de confortos, mas saber quanto custa para mim e
para o Planeta, se essa compra está dentro do meu planejamento
financeiro, se conheço o meu objeto de compra, o destino do
“obsoleto” e, o mais difícil, se conheço o fornecedor e seus
processos de fabricação e descarte.
Nossa responsabilidade
no consumo vai além da política de necessidades pessoais e de uma
economia global. Ela chega ao desenvolvimento humano nas chamadas
exteriorizações de custos. Isso significa que o preço que você
paga num móvel, numa peça de roupa, num aparelho eletrônico ou até
mesmo num alimento, não é o custo efetivo. Esse valor só lhe foi
possível devido a uma possível exploração de recursos não
renováveis e/ou de pessoas submetidas ao trabalho sem direitos à
dignidade.
Se ainda não nos
acostumamos com aquela “perguntinha” básica: “Tem nota
fiscal”? Estamos precisando caminhar um pouco mais rápido para
essa conscientização. Não importa agora se você acha que os
governos investem bem ou não esses impostos, importa sim que esse é
um dos passos primários na busca da sua segurança como consumidor,
na organização dos mercados e na prática de direito de justiça
com empregabilidade e combate ao ilícito.
Sucesso a todos,
Comentários