Bom dia gestores,
As condições da malha ferroviária nacional não são as melhores, inclusive, a velocidade média das composições é de 29 quilômetros por hora, o que para alguns especialistas evidencia uma incapacidade para o transporte de cargas de alto valor agregado. Demeterco discorda e aponta que o Brasil está melhorando e muitos clientes já entendem o maior tempo que uma carga leva para percorrer o seu trajeto. “Eles já se programam para que as operações sejam efetuadas conforme o ‘transit time’ da ferrovia”, explica.
Filas constantes em
portos em períodos de safra, maior emissão de poluentes e custo
logístico, todas estas características são atribuídas ao modal
rodoviário por diversos especialistas. No entanto, os caminhões são
responsáveis pela movimentação de 58% das cargas, no Brasil,
enquanto as ferrovias representam, aproximadamente, 25% deste volume.
Para mudar este perfil, a Brado Logística realizou nesta
quinta-feira, 6, a "Intermodal nos Trilhos".
“Estamos buscando
absorver o share do rodoviário”, afirmou José Luís Demeterco
Neto, presidente da operadora de contêineres. De acordo com o
executivo, já há uma mudança de postura, no País, em relação ao
transporte de carga conteinerizada. “Os clientes estão enxergando
as vantagens como a integridade do produto e a segurança em utilizar
a ferrovia”, argumentou.
As condições da malha ferroviária nacional não são as melhores, inclusive, a velocidade média das composições é de 29 quilômetros por hora, o que para alguns especialistas evidencia uma incapacidade para o transporte de cargas de alto valor agregado. Demeterco discorda e aponta que o Brasil está melhorando e muitos clientes já entendem o maior tempo que uma carga leva para percorrer o seu trajeto. “Eles já se programam para que as operações sejam efetuadas conforme o ‘transit time’ da ferrovia”, explica.
Além disso, o
executivo ainda relembra o fato de que muitas vezes os terminais
portuários nacionais lidam com enormes filas de caminhões, problema
que pode ser contornado com a utilização dos trens com acesso
direto ao pátio dos portos.
Outro ponto, abordado
pelo dirigente, foi que os operadores ferroviários podem fazer
parcerias com rodoviários para apresentar um mix de produtos, mais
interessantes, para o cliente final. Segundo o executivo, estes
pontos só agregam valor à cadeia logística e melhoram o
atendimento ao consumidor.
Nesta mesma linha,
Marcelo Araújo, presidente do Grupo Libra – companhia que fechou
um acordo, recentemente, com a Brado para operações de contêineres
no Porto de Santos – salientou a importância da complementaridade
das ações. “Os negócios das Ferrovias são muito pulverizados,
então para que essa seja viável é necessário que se realizem
parcerias”, afirmou o executivo que completou dizendo, “a carga
geral será mais rentável pelo transporte por trens, não faz o
menor sentido a quantidade de mercadorias que chegam por caminhões
no Porto de Santos, e a lógica tende a prevalecer”, explicou.
Investimentos e
prognósticos da Brado
A companhia que,
atualmente, conta com 1.327 vagões em operação, já investiu R$ 90
milhões na aquisição de vagões e locomotivas, até este momento
do ano; o aporte deve chegar a R$ 150 milhões em dezembro. Dematerco
lembrou que a empresa possui uma linha de crédito de R$ 1 bilhão,
com o Itaú e BBA, que deve ser usada em cinco anos para aumentar o
número de 80 mil contêineres, cheios e vazios, para 500 mil
unidades, o que fará com que a operadora ascenda a participação de
2% do mercado atual para 11%.
Outro assunto, que o
executivo comentou, foi a possibilidade da companhia utilizar outras
linhas férreas fora a da ALL (América Latina Logística), empresa
que detém 90% da Brado. Segundo o presidente da operadora de
contêineres, já existe conversas neste sentidos com outras
concessionárias, e novidades devem aparecer em 2012.
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