Boa noite gestores,
Pesquisa da Confederação Nacional dos transportes (CNT) mostra que 60% das cargas transportadas seguem por rodovia, um sistema mais caro e mais poluente do que o ferroviário e o hidroviário. A situação piora em razão do precário estado de conservação das rodovias, adicionando um custo 30% maior.
Pesquisa da Confederação Nacional dos transportes (CNT) mostra que 60% das cargas transportadas seguem por rodovia, um sistema mais caro e mais poluente do que o ferroviário e o hidroviário. A situação piora em razão do precário estado de conservação das rodovias, adicionando um custo 30% maior.
Conforme já comentamos
em sala de aula uma saída seria reequilibrar a matriz de transporte,
investindo mais em ferrovias e explorando melhor o potencial
hidroviário do País. Mas, ao que parece, aquelas imagens que hoje
são comuns na Europa – locomotivas puxando longas filas de
contêineres em vagões double deck e do outro barcaças cortando
os rios igualmente conduzindo contêineres, não deverão ser
vistas por aqui tão cedo. Até porque seria necessário obras faraônicas, como alargar
muitos túneis para que um vagão pudesse passar com um contêiner em
cima do outro, além de fazer correções de rota e desassoreamento
em muitos rios.
O Plano Nacional de
logística de Transporte (PNLT), lançado pelo governo em 2007, prevê
investimentos de R$ 291 bilhões em obras até 2023, tendo em vista
reequilibrar a matriz de transporte. Segundo o PNLT, a participação
do modal rodoviário cairia para 33%, enquanto o do ferroviário
subiria de 25% para 32%, a do aquaviário de 13% para 29%, a do aéreo
de 0,4% para 1% e o do dutoviário de 3,6% para 5%.
Se o País vai chegar a
essa matriz de transporte em 2023, não sabemos, o que sabemos é que
o Ministério dos Transportes tem sido moeda de troca no tabuleiro da
política partidária, volta e meia, não só aparece na mídia em
meio a acusações de superfaturamento e outros tipos de falcatruas
como é conhecido pela lentidão com que toca as obras em relação à
velocidade do crescimento do País.
O que fazer? A saída é
continuar apostando no transporte rodoviário, que, bem ou mal, tem
sido decisivo no crescimento do comércio exterior brasileiro, ainda
que se tenha de enfrentar tantos problemas, como congestionamentos
nas rodovias e nas vias de acesso aos portos, poluição e pouca
oferta de mão de obra qualificada.
Por isso, seria
recomendável que o governo federal levasse em conta o Plano Nacional
de Renovação da Frota de Caminhões (RenovAr), elaborado pela CNT,
tirando-o da gaveta do Ministério dos Transportes. Como se sabe, 90%
dos caminhões que circulam nas rodovias paulistas em direção ao
Porto de Santos têm mais de 30 anos e, portanto, são inseguros,
desprovidos de tecnologia e poluentes, gerando riscos não só para
os motoristas como para a população em geral, já que circulam
muitas vezes por áreas urbanas.
O objetivo do RenovAr é
incentivar a renovação da frota a partir da isenção de tributos,
da criação de um sistema de certificação da reciclagem e da
desburocratização para a troca de veículos. Se houvesse uma
redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), já seria uma medida de grande valia.
Mas não bastaria só
estimular a renovação da frota. Com as novas tendências
tecnológicas, faltam profissionais preparados para conduzir os
veículos. Segundo informação do Sindicato das Empresas de
Transporte de Carga de Pernambuco, existe uma demanda de 120 mil
novos motoristas no Brasil. Até porque falta interesse entre as
jovens gerações em seguir a profissão de motorista, pois o
caminhão é tratado como vilão, além de enfrentar muitas
adversidades, inclusive de infraestrutura viária.
Isso significa que é
preciso criar também estímulos para a formação de mão de obra
capaz de conduzir caminhões providos de computador a bordo e
sensores que avisam se o motorista está sonolento ou ultrapassando a
faixa de segurança da estrada, além de sistemas que impedem a
partida se o condutor está alcoolizado. Afinal, a demanda por
veículos mais sofisticados é uma imposição do crescimento
econômico. E ajudar a economia a adaptar-se aos novos tempos,
obrigação do Estado.
Sucesso a todos,
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