Bom dia gestores,
Depois de realizar
cerca de duas dezenas de aquisições nos últimos anos e se tornar
uma das mais diversificadas empresas de alimentos do mundo, chegou a
vez de o brasileiro Marfrig vender.
A companhia informou
neste domingo ter fechado negócio com a multinacional
norte-americana Martin-Brower para vender o braço de logística
adquirido quando realizou a compra da Keystone Foods, no ano passado.
Pela Keystone, assumida
no início de 2011 e que tornou o Marfrig o maior fornecedor da rede
McDonald's, a companhia pagou 1,2 bilhão de dólares. E agora o
frigorífico brasileiro vende o braço de logística da Keystone por
400 milhões de dólares, com o objetivo de focar a estratégia no
negócio da empresa, a produção e comercialização de carnes.
"Recebemos uma
oferta muito boa e vendemos esse braço (do negócio) que não é do
'core' nosso, para focar no segmento nosso", disse o presidente
do Marfrig, Marcos Molina, à Reuters.
Como negócio
estratégico, Molina considera carnes bovina, suína, de aves, de
peixes e produtos elaborados.
A operação vendida,
basicamente caminhões e armazéns, envolve os serviços de logística
especializada para redes de alimentação nos EUA, Europa, Oriente
Médio, Oceania e Ásia, com exceção da joint venture criada
recentemente com a COFCO para o desenvolvimento de logística na
China.
O montante pago pela
Martin-Brower, especializada em logística e soluções para o
mercado de food service, deve entrar no caixa do Marfrig no último
trimestre do ano.
"Sem dúvida, 400
milhões de dólares reforça muito o caixa, ficamos numa situação
bem confortável", afirmou o presidente, referindo-se à melhora
na relação de dívida/Ebitda.
A companhia terminou o
segundo trimestre com uma dívida bruta de 10,3 bilhão de reais, com
um indicador de alavancagem de 3,9 vezes, alta contra os 3,59 vezes
do primeiro trimestre, após a aquisição da Keystone.
Questionado se os
recursos da venda poderiam ser utilizados para novas aquisições,
Molina soltou uma gargalhada.
"Não tem nada a
ver uma coisa com a outra, primeiro foi estratégico a gente fazer
isso, queira ou não queira, melhora o caixa e a relação
dívida/Ebitda. Outras aquisições no setor são outra coisa, é
outra coisa que a gente tem que estudar, analisar e ver se é viável,
não tem nada ver um caso com o outro", declarou
Ele refutou ideias de
que o negócio tenha relação com um suposto interesse do Marfrig
nos ativos que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)
mandou a Brasil Foods vender. Os ativos à venda da BRF são vistos
como complementares aos do Marfrig, segunda maior processadora de
carnes do país.
"Não é pra dar a
interpretação de que o Marfrig vendeu a empresa para comprar ativos
da Brasil Foods, como está todo mundo falando. Não tem nada a ver
uma coisa com a outra."
O Marfrig continua
tendo o sistema de distribuição de carnes próprio, deixando de
realizar o transporte de produtos não relacionados ao principal de
seu negócio.
O braço de logística
da Keystone vendido distribui uma série de outros produtos, como por
exemplo guardanapos personalizados, copinhos, canudinhos, as caixas
de sanduíches, tendo também o McDonald's como um importante
cliente.
"Era uma logística
que não fazia serviços para os nossos negócios. Quando compramos a
Keystone, compramos o pacote inteiro, mas analisamos nesse período
e, como o foco nosso é buscar sinergias, focar no negócio,
decidimos pela venda."
"Esse é mais um
passo de gestão para melhorar a eficiência, para reduzir custos,
para tornar a empresa cada dia mais competitiva, como fizemos muitas
aquisições no passado, este ano e no próximo é ano de sinergia e
eficiência."
Sucesso a todos,
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