WMS e Logística Reversa, parte 2

Bom dia gestores,


WMS e a Logística reversa.
Inicialmente, buscou-se descobrir quais as dificuldades encontradas para as empresas gerenciarem seus resíduos. Esta identificação foi feita através de pesquisa exploratória in loco, com caráter qualitativo e natureza interpretativa. Através desta pesquisa, identificaram-se as necessidades em termos de Sistemas de Informações para o gerenciamento da Logística Reversa.
As observações decorrentes permitiram a elaboração da proposta de adaptação do WMS tradicional para o gerenciamento da logística reversa em armazéns.
A maioria das empresas não tem definido em seus processos claramente a logística reversa, pois representa um percentual muito pequeno em relação aos valores movimentados pela logística direta. É por isso que não existem no mercado sistemas de informação específicos para seu controle. Isso representa uma deficiência para a empresa, pois se não houver sistemas de informação que operacionalizem o gerenciamento de resíduos, estes muitas vezes ficam na empresa ocupando um espaço inadequado, podendo gerar penalidades legais e obstruir o setor produtivo da empresa.
Em virtude da identificação desta deficiência em sistemas de informação de logística reversa e ao se analisar os softwares de Supply Chain Management existentes, constatou-se que é possível a customização de um WMS tradicional para o gerenciamento dos materiais ou resíduos de pós-consumo e pós-venda. Para tanto, foram analisados alguns aspectos considerados importantes para a proposta de adaptação do sistema e chegou-se até as sugestões de adaptação do WMS tradicional utilizado na logística direta, para utilização no gerenciamento da logística reversa.
Os passos sugeridos para a adaptação do WMS tradicional para o gerenciamento da logística reversa são:
1) As atividades de Planejamento e Alocação de Mão de Obra, Portaria e Recebimento atendem a necessidade do manuseio dos resíduos de pós-venda e pós-consumo que chegam ao armazém e necessitam ser acondicionados separadamente das mercadorias usuais;
2) Para operacionalizar a logística reversa de pós-venda: as atividades de Controle de Estocagem e Inventário verificam os itens que tiverem seu prazo de validade expirado ou eventuais problemas de qualidade. A atividade de Inspeção e Controle de Qualidade verifica no momento do recebimento de mercadorias, de fornecedores ou de outros armazéns, se os produtos estão dentro do prazo de validade e das condições de qualidade, caso contrário os encaminham para o estoque provisório. A atividade de Expedição encaminha esses itens de volta para os fornecedores, retroprocessadores ou em último caso à disposição final segura. No caso de medicamentos, especificamente, os fabricantes ou distribuidores têm a obrigação de trocá-los por produtos válidos;
3) Quando há excesso de estoque no armazém, essa situação deve ser também resolvida por meio de transferência desse excesso para outros armazéns ou devolução aos fornecedores. Para isso as atividades de Transferência e Expedição são utilizadas;
4) Para gerenciar os resíduos de pós-consumo, que são embalagens, fitas de arquear aço e plástico, papelão, paletes e outros, primeiramente devem ser separados, estocados e controlados, para isso são utilizadas as atividades de Estocagem e Controle de Contenedores. Posteriormente, esses resíduos devem ser enviados a centros de reciclagem ou retroprocessadores para que possam retornar ao processo produtivo. Para isso é utilizada a atividade de Expedição;
5) A atividade de Relatórios fornece informações sobre o montante das mercadorias devolvidas e seus respectivos motivos. Através dela é possível verificar eventuais erros internos que possam estar ocorrendo e providenciar sua regularização, além de ser importante fonte de informação para os sistemas corporativos;
6) Devem ser incluídos no Banco de Dados do WMS dados sobre empresas que realizem o recolhimento desses bens descartados, os retroprocessadores, que serão os responsáveis pelas destinações cabíveis.
As vantagens desta solução, para uma empresa que já possua WMS tradicional, são:
1) utilizar um sistema já implantado na empresa;
2) aproveitar o treinamento das pessoas que já estão envolvidas com tal sistema;
3) reduzir os custos e prazos de implantação do sistema;
4) reduzir os custos e o tempo de operacionalização do gerenciamento da logística reversa em armazéns;
5) desobstruir espaços físicos dentro do armazéns, ocupados pelos resíduos.

Sucesso a todos,

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