Ética, ou a falta dela?


Bom dia gestores, se é que, com essa notícia teremos um bom dia.
Em mais uma demonstração de sua vocação, o Senado dará posse, nesta quarta (27) a um Conselho de Ética desmoralizado, cheio de réus, investigados e suspeitos.
Acredito que só pode ser brincadeira, porque a principal tarefa desse conselho é tão somente, advertir, censurar, suspender ou recomendar a perda do mandato dos senadores que quebrarem o decoro.
O maior partido do Senado, o PMDB enviou ao Conselho senadores que são precedidos pela má fama. Entre eles Renan Calheiros, Romero Jucá e Lobão Filho, o Lobinho, que possui garras bem afiadas.
Renan no conselho é tirar um sarro da nossa cara, porque foi acusado de receber dinheiro de um diretor de empreiteira para sustentar o filho que tivera com uma ex-amante, Renan defendeu-se, virou, então, suspeito de simular negócios com gado para lavar dinheiro, e ainda usar laranjas para comprar rádios e um jornal.
Renan renunciou à presidência do Senado. Mas livrou-se da cassação. Uma, duas vezes. Agora, é Senhor da ética.
Jucá, líder do governo desde o tempo de Cabral, carrega nas costas três inquéritos. Correm no STF, em segredo de justiça.
Sob Lula, foi ministro da Previdência, pendurado nas manchetes em posição vexatória, teve de renunciar à pasta em 2005, a notícia mais branda apresentava Jucá como titular de empréstimos no Banco da Amazônia que tinham como garantia fazendas fantasmas.
Lobinho, suplente, e filhinho do ministro Edson Lobão (Minas e Energia) de cara quase não assumiu a vaga do papai por causa dos processos, responde a inquérito no STF por ter usado uma empregada doméstica como laranja, para quê? Segundo a denúncia do Ministério Público, para fugir de dívidas de um empréstimo e do pagamento de impostos.
São três os crimes sob investigação, que em nossa análise, se encaixam em sonegação tributária, falsidade ideológica e formação de quadrilha.
No Conselho, Lobinho se ocupará da ética, "socorro", como suplente do Conselho, o PMDB indicou Valdir Raupp, que também é réu em duas ações penais no Supremo, em uma, responde por gestão fraudulenta de instituição financeira, e em outra, crime contra a administração pública.
Acertou-se nesta terça (26), que o presidente do Conselho de Ética também será do PMDB: o maranhense João Alberto, que é famoso não pelos pendores éticos, mas pela fidelidade canina que devota a José Sarney, o presidente eterno do Senado, parece um ditador do oriente médio que nunca sai do poder.
O mesmo Sarney que, acossado por denúncias, celebrou o arquivamento de uma dezena de representações no Conselho de Ética da legislatura passada.
Nossa mas só temos gente do PMDB?, não, que tal chamar para essa comédia Gim Argello o representante do PTB no “novo” conselho, que coleciona 38 processos por crimes eleitorais, responde a inquérito no Supremo por corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação de tributos e apropriação indébita, e formação de quadrilha.
Chega já estamos com náusea não é mesmo?
Para nós eleitores, é inútil tentar impedir que o Senado se mate. Não vale a pena se meter na vida ou na morte, da Casa, só o Senado poderia livrar o Senado do suicídio. E não se deve esperar tanto de uma instituição que já deu tantas provas de que a autocrítica não é o seu ponto forte.
Cobre de seu deputado federal e senador, para que suas ações sejam em defesa dos interesses da sociedade e não dos seus próprios interesses, quando um político trata as coisas públicas como coisas privadas e legisla para atender aos seus interesses pessoais e privados, a política e a ética desaparecem.
Sucesso a todos,

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