Cansaço x Estresse

Queridos alunos cansados com tantos trabalhos no final de ano.

Não confundam cansaço com estresse.

Você tem cansaço quando uma atividade te exige bastante, mas é prazerosa. Você tem estresse quando aquilo que faz te exige bastante e você não vê a razão de fazê-lo. Jogar uma hora de futebol cansa, mas não pode estressar; resolver um problema de geometria cansa, mas não pode estressar; trabalhar num projeto cansa, mas não pode estressar. E você se estressa quando aquilo que faz não tem muito sentido.

Estudar dá na mesma. Por que muitos de nós nos estressamos na escola básica? Por que, vez ou outra, você perguntava: "Professor, por que eu tenho de estudar isso?" e ele dizia: "Um dia você vai saber". E você, aos 14 anos de idade, ficava estudando as leis de Newton, tendo de decorar que "os corpos se atraem na razão direta das suas massas e na razão inversa do quadrado da distância entre elas", sem que tivesse conhecimento da finalidade daquilo. Ao fazê-lo, aquilo te estressava. O mesmo vale para um curso. Se faço, mas não compreendo a razão, eu não consigo aproveitá-lo, e utiliza-lo ao meu favor.

Costumo muito comentar sobre a "síndrome do Rocky Balboa". No primeiro filme, Rocky, um Lutador, ele precisa lutar no começo do filme. Aí ele vai e apanha, apanha, apanha. Depois, ele se prepara. Só que a preparação dele passa em dois minutos: ele correndo pelas ruas com seu treinador, pulando corda, socando o saco de areia. A seqüência passa rapidamente e aí ele já está pronto. O que é essa "síndrome do Rocky Balboa"? É você imaginar que, como a cena passa rápido, você rapidamente estará preparado e apto para ir ao ringue derrotar o seu adversário. E não é assim. Há cursos, especializações, atividades que demoram, que exigem trabalho, viagem, perda de uma parte do tempo que se gasta em lazer e família. A grande questão do equilibro é: vale?

É preciso saber equilibrar, mas não é tão fácil.

Marx falava em reino da liberdade e reino da necessidade. Você só pode chegar ao reino da liberdade quando resolve o seu reino da necessidade. Quando as suas necessidades estão satisfeitas, você vai para as escolhas livres. Se alguém precisa fazer algo, porque isso permitirá que adiante ele dê um passo para fazer o que gosta, então ele precisa gostar também daquela necessidade. Não adianta ir para algo que é absolutamente necessário com lamentação, dizendo "Está vendo? Não estou fazendo o que eu queria de fazer".
Bom, mas se você sabe que aquilo é apenas uma etapa para uma coisa melhor, então fará.

Um exemplo: pouca gente gosta de dieta, a menos que tenha algum tipo de obsessão. No entanto, quando você faz uma dieta, passa por um desconforto por um certo tempo, e tem clareza de que aquilo servirá para a melhoria da sua saúde, para você disputar uma prova de atletismo, para poder participar de um evento mais magro ou mais em forma, aquele desconforto se torna um estímulo.

Por isso, no curso que você vai fazer ou numa busca de educação continuada, é preciso olhar: "Posso ir agora em direção à liberdade e fazer só aquilo que quero, ou preciso antes passar por um treinamento para garantir o patamar e, aí sim, ir em direção a esse outro ponto?". Se eu sei que preciso passar por algumas atribulações, mas elas são a obtenção do positivo, farei com prazer e alegria. Se eu não conseguir entender por que estou fazendo aquilo e fico em lamúria de forma contínua, aí o que vou obter é mero sofrimento.


Não confundam cansaço com estresse.
Abraços

Comentários

Tudo na vida é um aprendizado e exige de nós muito trabalho. A maneira que acho certa para evitar tantas reclamações e lamúrias é a organização. Organização da mente, do espirito, do trabalho, das amizades, dos pequenos afazeres. Se não colocar tudo em ordem, como podemos dizer e pensar no que queremos. Todos as passagens e aprendizados que recebemos e ganhamos tem um preço. Depende de nós analisarmos o que pensar, agir, plantar e colher. Sobre o estudo não nascemos sabendo então precisamos nos encaixar e tentar. Independente se o que estamos aprendendo não esta sendo muito fácil e não nos agrada, não usaremos hoje mas daqui para frente estará na mente mesmo sem querer. Ter boa vontade é o primordial, mas essa boa vontade com muito esforço.

ELAINE CRISTINA CORREIA - 1º ADM B - ETEC JAÇANÃ.
Prof. Monteiro disse…
Realmente, vontade e propósito é tudo, agradeço seus valiosos comentários, um abraço